Mantenha-se atualizado

Novidades

Indústria de alimentos em Goiás tem produção recorde

Compartilhe

A indústria goiana de alimentos bateu recorde no ano passado. O principal motivo foi o aumento da demanda por produtos em todo País, que obrigou muitas empresas utilizarem sua capacidade total de produção e até investirem em novos projetos de expansão. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM)-PF), divulgada pelo IBGE, de janeiro a novembro de 2023, as indústrias que produzem alimentos no estado produziram 8,5% mais que no mesmo período do ano anterior.

Somente no último mês de novembro, o crescimento foi de quase 18% sobre o mesmo mês em 2022. São vários exemplos de produção mais acelerada ao longo do ano passado. Na Imperador Alimentos, que fabrica um mix de 140 produtos em sua unidade Industrial de Aparecida de Goiânia, a produção e as vendas cresceram quase 21% no ano passado.

“Só não foi melhor porque não tivemos capacidade de produção. Deixamos atender pedidos por não termos condição de produzir tudo, ou seja, tivemos de recusar a demanda”, conta Eduardo Bonfim Gomes, sócio proprietário da Imperador Alimentos.

Ele atribui o bom desempenho a um conjunto de fatores, começando pelo lançamento de novos produtos, que foram muito bem aceitos no mercado pela alta qualidade. “Entramos em alguns novos mercados, como vários estados do Nordeste, e tivemos um crescimento expressivo de vendas em outros, como um aumento de mais de 30% em São Paulo”, destaca o empresário. Com isso, surgiu a necessidade de investir em novas edificações e maquinário para ampliar a capacidade produtiva.

A Imperador gera 211 empregos em Aparecida. Mas uma nova unidade industrial, seis vezes maior que a atual, será construída no futuro Polo Agroindustrial Norberto Teixeira (Dianot), o que deve elevar este número para cerca de 600 empregados.

Eduardo Gomes informa que novas máquinas foram adquiridas para atender esta expansão de várias linhas de produção, de produtos como azeitonas, catchup, cogumelos e cremes de pimenta. “Mas não temos mais espaço físico para expandir”, ressalta. Com a nova unidade, que deve receber pelo menos R$ 20 milhões em investimentos, inicialmente a produção deve dobrar, devendo triplicar três anos depois.

“Tudo que lançamos é de primeira qualidade para competir com as melhores indústrias do mercado”, garante o empresário. Atualmente, a Imperador importa azeitonas de países como Peru, Argentina e Egito para envase em Goiás, além de cogumelo da China, tomate seco da Turquia, alcaparras do Marrocos e da Turquia e cebolinha em conserva da Itália e Holanda. “Mas temos muitos insumos regionais, como pimentas usadas em molhos e cremes, produzidas em municípios como Petrolina e Uruana, e pequi comprado de muitos agricultores goianos, também usado na fabricação de produtos como molhos e cremes”, completa.
Na fábrica de picolés e sorvetes Frutos de Goiás, houve um incremento de 35% na produção e no número de lojas em 2023.

O sócio proprietário da indústria, Claudilei Koch, informa que hoje são 700 lojas, contra 70 em 2018. Além da qualidade do produto, que resulta numa propaganda boca a boca, ele também atribui o bom desempenho às várias ondas de calor no ano passado. “A linha congelada depende muito do clima. Mas, mesmo nos períodos de temperatura mais baixa, conseguimos manter vendas satisfatórias”, destaca.

A indústria, instalada em Senador Canedo, gera 128 empregos, número que deve chegar a 150 neste primeiro semestre. “Provavelmente, abriremos mais um turno de trabalho porque recebemos mais máquinas para aumentar a produção”, avisa o empresário. O maior motivo é a abertura de novos mercados. A Frutos de Goiás já vende para todos estados do País e acaba de chegar ao Acre, onde foram abertas quatro lojas. “Vamos abrir mais dez lojas em Salvador”, conta.

A empresa também já conta com um centro de distribuição nos Estados Unidos, onde enxergou um mercado potencial, e planeja abrir lojas no território americano. Koch informa que a empresa já está participando de feiras por lá para apresentar seus produtos. “Também já estamos em fase de aprovação de documentos para entrar no mercado europeu”, diz.

Tecnologia

Vale lembrar que a fabricação de produtos alimentícios tem o maior peso na produção industrial de Goiás: a atividade respondeu por 7,66 pontos porcentuais do crescimento de 16,6% da indústria geral em novembro. A presidente executiva do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Goiás (Siaeg), Thaís Santos, atribui o bom desempenho ao recorde de produção em vários segmentos da agroindústria local, que está cada vez mais preparada, com tecnologia aplicada à produção de alimentos e inovação.

Ela lembra que, apesar da produção de proteína animal (carne bovina e aves) ter se destacado, outras áreas, como bebidas, panificação e gelados comestíveis também apresentaram um ótimo crescimento.

“Estamos trabalhando cada vez mais para mudar o cenário da agroindústria em Goiás, incentivando a exportação de produtos processados. Ao invés de exportarmos a soja in natura, por exemplo, processamos a matéria-prima para exportar o óleo de soja. Assim, aumentamos a rentabilidade, a mão de obra e a renda no estado”, destaca.

Para a presidente do Siaeg, a indústria goiana se encontra em uma fase de crescimento, com elevados índices de produtividade, um compasso que não tem sido acompanhado em nível nacional. “Por isso, acredito que continuaremos neste bom desempenho em 2024, com um crescimento gradativo e satisfatório”, prevê.

Mas, segundo ela, a manutenção destes bons resultados também dependerá do desempenho econômico, com juros mais baixos, além de incentivos fiscais, implantação de tecnologia nas linhas de produção, alta do agronegócio e geração de emprego e renda.